Estudo sobre Olanzapina para Prevenção de Náuseas em Pacientes com Câncer de Mama HER2-Positivo
O estudo “ERICA” avalia a eficácia de um regime antiemético à base de olanzapina em pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo ou HER2-low, tratados com trastuzumab deruxtecan (T-DXd). Este estudo de fase II, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, investigou a eficácia de 5 mg de olanzapina, comparando seu uso com um placebo para prevenir náuseas e vômitos nas fases tardia (24-120 horas) e persistente (120-504 horas) após a administração de T-DXd.
Os resultados mostraram que a taxa de resposta completa (CR) foi significativamente maior no grupo que recebeu olanzapina em comparação ao grupo placebo na fase tardia (70% versus 56,1%) e na fase persistente (63,9% versus 44,4%). A olanzapina também foi mais eficaz na redução da incidência de náuseas durante essas fases, com uma taxa de “sem náusea” de 57,5% na fase tardia e 51,4% na fase persistente, enquanto os pacientes que receberam placebo apresentaram taxas significativamente mais baixas.
O estudo destaca ainda que a olanzapina, ao bloquear múltiplos receptores neurotransmissores (incluindo os dopaminérgicos e serotoninérgicos), mostra-se eficaz em reduzir os sintomas de náusea e vômito mesmo em fases persistentes. É importante observar que, ao analisar os efeitos adversos, como hiperglicemia e sonolência, o estudo confirmou que estes foram em grande parte de baixa severidade, reforçando o perfil de segurança da olanzapina em doses de 5 mg. Isso é particularmente relevante porque confirma que a dose menor é eficaz, minimizando efeitos colaterais, o que pode favorecer a adesão ao tratamento.
A pesquisa confirma a eficácia da olanzapina na prevenção de náuseas e vômitos em pacientes que utilizam T-DXd, sugerindo que sua inclusão como parte do tratamento antiemético pode melhorar significativamente a qualidade de vida desses pacientes ao reduzir os efeitos colaterais gastrointestinais. Entretanto, o estudo também apontou a necessidade de monitoramento dos efeitos colaterais para otimizar o manejo e garantir a adesão ao tratamento.
OLANZAPINA |
1. Uso e Indicação Principal
- Antipsicótico atípico utilizado principalmente no tratamento de:
- Esquizofrenia
- Transtorno bipolar
2. Mecanismo de Ação
- Bloqueia múltiplos receptores neurotransmissores, incluindo:
- Dopaminérgicos (D1-D4)
- Serotoninérgicos (5-HT2A, 5-HT2C, 5-HT3 e 5-HT6)
- Adrenérgicos (α1)
- Histaminérgicos (H1)
- Muscarínicos
3. Uso como Antiemético
- Eficaz na prevenção de náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia, especialmente em regimes de alto potencial emetogênico.
- Utilizada em combinação com outros medicamentos antieméticos.
4. Dosagem e Eficácia
- Doses comuns variam de 5 mg a 10 mg, sendo que a dose de 5 mg é preferível para minimizar efeitos colaterais.
- Eficaz na prevenção de náuseas persistentes quando outros antieméticos não são suficientes.
5. Efeitos Colaterais Comuns
- Sonolência
- Aumento de apetite
- Outros possíveis efeitos incluem hiperglicemia, mas geralmente são de baixa severidade.
6. Aplicação em Oncologia
- Utilizada em pacientes que recebem tratamentos como o trastuzumab deruxtecan (T-DXd), demonstrando eficácia na redução de náuseas e vômitos.
- Melhora a qualidade de vida dos pacientes e favorece a adesão ao tratamento.
7. Importância na Prática Clínica
- Integrada em protocolos antieméticos para pacientes oncológicos devido ao seu perfil de segurança e eficácia comprovada.
- É uma alternativa valiosa para manejar efeitos gastrointestinais em tratamentos quimioterápicos agressivos.
DR IDELFONSO CARVALHO / MASTOLOGISTA / CRM 9198 / RQE 5403
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