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Estudo Comparativo entre Terapias Neoadjuvante e Adjuvante para Câncer de Mama HER2-Positivo

O estudo “Survival outcomes of neoadjuvant versus adjuvant therapy in patients with T1c, node‐negative, human epidermal growth factor receptor 2–positive breast cancer” comparou as taxas de sobrevivência global (OS) e sobrevivência específica para câncer de mama (BCSS) em pacientes com câncer de mama HER2-positivo estágio T1cN0M0. Utilizando dados do banco SEER e aplicando o método de Propensity Score Matching (PSM) para criar coortes balanceadas, os pesquisadores analisaram o impacto das terapias neoadjuvante (NAT) e adjuvante (AT) entre 2010 e 2020.

Os resultados revelaram que as taxas de OS e BCSS foram semelhantes para os grupos NAT e AT, sugerindo que ambos os regimes são igualmente eficazes na melhora da sobrevivência em cinco e dez anos. No entanto, o estudo destacou que pacientes que alcançaram resposta patológica completa (pCR) após NAT apresentaram desfechos significativamente melhores em comparação aos tratados com AT, com hazard ratios favoráveis para OS (0,52) e BCSS (0,60). Essa observação confirma a importância da pCR como um marcador prognóstico positivo e sugere que, para pacientes com câncer de mama HER2-positivo, a NAT pode ser preferível, especialmente quando há uma alta probabilidade de resposta completa.

Além da ausência de diferença significativa nas taxas gerais de sobrevivência, o estudo ressalta que a NAT permite benefícios clínicos adicionais, como facilitar cirurgias menos invasivas (ex. conservação de mama) e evitar dissecções axilares excessivas. Essa capacidade de NAT em avaliar a resposta do tumor em tempo real e adaptar tratamentos subsequentes é crucial para um manejo mais preciso, especialmente em subtipos de câncer de mama agressivos, como o HER2-positivo. Além disso, o estudo sugere que o monitoramento contínuo dos desfechos associados à pCR após NAT pode guiar a implementação de terapias pós-cirúrgicas mais intensivas, como o uso de T-DM1, para otimizar ainda mais os resultados em pacientes com doença residual.

T1cN0M0

T1cN0M0 é uma classificação usada no estadiamento do câncer de mama e segue o sistema TNM, que avalia a extensão do tumor, a presença de metástases em linfonodos regionais e metástases à distância. Abaixo está o que cada parte desta classificação significa:

1. T1c – Tumor Primário

  • T: Refere-se ao tamanho do tumor primário.
  • 1c: Indica que o tumor tem um tamanho maior que 1 cm, mas menor ou igual a 2 cm (1,1 cm a 2,0 cm).

2. N0 – Linfonodos Regionais

  • N: Indica o status dos linfonodos regionais.
  • 0: Significa que não há metástase detectável nos linfonodos regionais.

3. M0 – Metástase à Distância

  • M: Refere-se à presença ou ausência de metástase à distância (em órgãos ou tecidos fora da mama e linfonodos regionais).
  • 0: Indica que não há metástase à distância detectada.

Portanto, T1cN0M0 descreve um tumor de mama que tem entre 1,1 e 2,0 cm de tamanho, sem envolvimento dos linfonodos regionais e sem metástase à distância.

T-DM1

T-DM1, também conhecido como trastuzumabe emtansina (nome comercial Kadcyla), é um medicamento utilizado no tratamento do câncer de mama HER2-positivo. Ele pertence a uma classe de terapias chamada anticorpo conjugado a droga (ADC, do inglês Antibody-Drug Conjugate), que combina um anticorpo monoclonal específico com um agente quimioterápico. Aqui estão os pontos principais sobre o T-DM1:

1. Composição e Mecanismo de Ação

  • Trastuzumabe: É um anticorpo monoclonal que se liga especificamente ao receptor HER2 (um receptor que está superexpresso em alguns tipos de câncer de mama). Ele inibe o crescimento das células cancerígenas e marca essas células para serem destruídas pelo sistema imunológico.
  • Emtansina (DM1): É o agente quimioterápico ligado ao trastuzumabe. A emtansina é uma substância citotóxica que, uma vez dentro da célula cancerígena, interfere nos microtúbulos, impedindo a divisão celular e levando à morte celular.
  • Mecanismo: O trastuzumabe guia o T-DM1 até as células que expressam HER2. Após a ligação ao receptor HER2, o complexo é internalizado pela célula, liberando a emtansina diretamente no interior da célula cancerígena. Isso permite que a quimioterapia seja mais direcionada, causando menos efeitos colaterais sistêmicos.

2. Indicações Terapêuticas

  • Câncer de mama HER2-positivo: O T-DM1 é utilizado em pacientes com câncer de mama que superexpressam o receptor HER2, tanto em estágios iniciais (principalmente em casos que não responderam bem a tratamentos anteriores) quanto em casos metastáticos.
  • Doença residual: É especialmente utilizado após a terapia neoadjuvante quando há presença de doença residual, ajudando a reduzir o risco de recidiva.

3. Benefícios

  • Precisão: Como o T-DM1 combina um anticorpo que direciona o quimioterápico diretamente às células cancerígenas, ele minimiza danos às células saudáveis, oferecendo uma abordagem mais precisa e menos tóxica do que a quimioterapia convencional.
  • Melhora da Sobrevida: Estudos clínicos demonstraram que o uso do T-DM1 pode melhorar a sobrevida livre de progressão e a sobrevida global em pacientes com câncer de mama HER2-positivo.

4. Efeitos Colaterais Comuns

  • Fadiga
  • Náusea e vômito
  • Trombocitopenia (diminuição de plaquetas)
  • Toxicidade hepática
  • Neuropatia periférica (dano aos nervos)

O T-DM1 é uma ferramenta terapêutica essencial para tratar cânceres HER2-positivos, oferecendo uma alternativa mais eficaz e direcionada, com foco em melhorar a qualidade de vida e os resultados de longo prazo dos pacientes.

DR IDELFONSO CARVALHO / MASTOLOGISTA / CRM 9198 / RQE 5403

Dr. Idelfonso Carvalho é um renomado profissional cuja carreira multidisciplinar reflete um profundo compromisso com a saúde e o bem-estar humano. Com uma impressionante formação em Medicina pela Universidade Federal do Piauí (2002) e em Direito pela Universidade Regional do Cariri (2018), Dr. Carvalho construiu um percurso profissional notável, destacando-se em diversas especialidades médicas e contribuindo significativamente para a área da saúde em várias capacidades.

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